segunda-feira, 29 de março de 2010

MÚSICA INGLESA PARA TECLADO

MÚSICA INGLESA PARA TECLADO
Os compositores produziram muita música para instrumentos de teclado durante a segunda metade do séc. XVI, sendo que a Inglaterra foi o primeiro país a fazer distinção entre a música para órgão e a música para o cravo.
Uma das razões atribuídas à popularidade do virginal foi a imposição do protestantismo na Inglaterra, que abafou a música feita para igreja. A mudança do órgão para o virginal aconteceu naturalmente, visto que os órgãos utilizados pelos ingleses possuíam certa similaridade com o virginal, devido à sonoridade clara e suave, à falta de pedal e à ausência da pompa dos instrumentos utilizados pelos outros países europeus.
O virginal foi o instrumento favorito dos monarcas ingleses.
As mais importantes coleções para virginal:
1- My Lady Nevells Booke
2- Parthenia or the Maydenhead of the first musicke that ever was printed for the Virginals
3- Benjamin Cosyn's Virginal Book
4- Will Forster's Virginal Book
5- Parthenia In-Violata or Mayden-Musicke for the Virginalls and Bass-Viol
6- Dublin Virginal Book
7- Fitzwilliam Virginal Book (1620): a maior e mais importante coleção da época. Possui quase 300 peças de compositores representativos do período. Dentre esses, cita-se alguns nomes que contribuíram para o manuscrito:
1ª geração: William Byrd (1542-1623); Thomas Tallis (1505-1583); William Blitheman (? -1591).
2ª geração: Peter Philips (1555-1628); John Bull (1562-1628); Giles Farnaby (1560-1640).
3ª geração: Orlando Gibbons (1583-1625)

O nome se refere ao fato do manuscrito ter pertencido ao Lord Fitzwilliam até o final do séc. XVIII, sendo que agora se encontra no Museu Fitzwilliam (fundado em 1816) na Universidade de Cambridge.
Contém diversas formas: danças, fantasias, motetos, prelúdios, air, invenções contrapontísticas e cantos gregorianos. Além dos compositores citados, inclui peças dos compositores: Richard Farnaby, Robert Johnsons, Thomas Morley, John Munday, Martin Peerson, Ferdinando Richardson, William Tisdall, Thomas Tomkins, Francis Tregian e muitos outros.
As técnicas de composição utilizadas eram uma mistura das práticas antigas com novas formas de expressão. O tratamento imitativo, característico da música vocal renascentista, é encontrado em algumas peças contrapontísticas para virginal. O artifício mais marcante utilizado pelos compositores virginalistas era o método de embelezamento de linhas melódicas através do acréscimo de notas. Esse procedimento pode ser descrito como um tipo de variação instrumental em que o motivo original é tão encoberto por notas estranhas que se transforma completamente.

A ESCOLA VIRGINALISTA INGLESA
O nome mais marcante do séc. XVII é o de Henry Purcell (1658-1695). Embora seja mais lembrado por sua obra vocal e orquestral, delineou sua música para teclado com grande charme e simplicidade. Emprestou dos franceses sua ornamentação e a forma suite e dos italianos a força melódica. Sua obra para cravo consiste, principalmente de suites e lessons.
Suas suítes são compostas de pequenas peças, com texturas simples e harmonia padronizada. Utiliza vários tipos de ornamentos. A peça mais conhecida é Trumpet tune, em Re Maior, que se baseia em apenas dois acordes.
Outros compositores que se destacaram: John Blow (1649-1708), que foi professor de Purcell e J.Clarke, William Croft (1678-1727) e Jeremiah Clarke (1673-1707).
Até o início do séc. XVIII a música inglesa manteve suas características individuais, sendo influenciada, a partir dessa época por compositores estrangeiros como Charles Dieupart, Christoph Schmid e Handel.
Além das obras de Purcell, a música para teclado do período de 1650-1750 parece em desacordo com os acontecimentos precedentes quando comparado à música deixada pela escola virginalista que o precedeu. Até pelo meio do séc. XVIII já não havia mais uma verdadeira escola de composição inglesa para teclado. E só foi no final do séc. XIX que os compositores ingleses reviveram seu interesse pela música para teclado.

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