1. INTRODUÇÃO
O cravo é um instrumento de cordas e teclado,sendo as cordas pinçadas mecanicamente e não percutidas. Sua origem remota pode ser do ínicio do século XV (1404), revelada num poema alemão e sob o nome latino de clavicymbalum.
Deve – se mencionar que a família dos instrumentos de teclado anteriores ao piano é constituída pelo órgão,clavicórdio,espineta e pelo cravo.
Grandes compositores escreveram obras para o cravo,não só para o repertório do período,mas, que foram incorporadas à literatura pianística posteriormente.
Foi um instrumento que teve ampla utilização sobretudo nos séculos XVI e XVII e , neste período, foram criadas e consolidadas importantes formas musicais para o teclado,verdadeiras expressões de virtuosismo,vitalidade e importância estética, e que constituíram marcos elevados da arte musical barroca,com projeções que revelam um legado fecundo até hoje.
Durante o período barroco, o cravo foi usado como solista ou destinado a acompanhar o canto e outros instrumentos. Domenico Scarlatti, J.S.Bach e Handel escreveram importantes repertórios para o cravo e muitas foram as suas extraordinárias realizações.
Com Bach, as composições para o cravo atingem o seu ponto culminante e a fecundidade de seu gênio explora com audácia,virtuosismo,grandeza,beleza formal e fantasia todas as principais expressões da música para o instrumento no período barroco.
Partitas,suítes,invenções, O cravo bem temperado,variações,exercícios do cravo ( Klavierübubgen), prelúdios,fugas,sonatas,toccatas,fantasias e formas concertantes foram criações de Bach para o cravo,uja riqueza musical viria a ser admiravelmente adequada para o futuro piano.
Bach (1685 – 1750), nasceu em Eisenach e morreu em Leipzig. Foi um organista e compositor alemão do período barroco, Mestre na arte da fuga, do contraponto e da música coral, ele é um dos mais prolíficos compositores da historia da música ocidental.
As invenções e sinfonias são peças curtas que Bach escreveu para a educação musical de seus jovens alunos. A obra inclui quinze peças duas vozes nomeadas de “ inventio” e quinze peças três vozes nomeadas de “ sinfonia”. Cada peça demonstra técnicas contrapontísticas, ao mesmo tempo, explora uma extensa gama de expressões musicais.
Invenção é uma pequena composição musical, usualmente para o teclado com contraponto em duas vozes e as sinfonias seguem o mesmo estilo que as invenções,mas, com contraponto em três vozes.
As invenções são semelhantes às fugas só que consideravelmente mais simples. Consistem, basicamente de uma pequena exposição, um desenvolvimento e uma pequena recapitulação. Na exposição, uma das vozes mostra um pequeno motivo na tonalidade tônica ( tema), depois repetido na segunda voz. No desenvolvimento, o compositor escreve um contraponto livre e desenvolve fazendo variações melódicas ou harmônicas. Nas invenções, o desenvolvimento difere da fuga porque o desenvolvimento fugal contém episódios ( variações estritamente baseadas no tema) e na invenção é uma pequena forma livre. Se tiver recapitulação, ela tende as ser curta, em torno de 2 a 4 compassos. O compositor repete o tema na voz superior e a peça termina.
As invenções e sinfonias são organizadas de maneira idêntica, tonalidades ascendentes, começa com Do M até alcançar Si m. Não há nenhuma repetição de tonalidades. As invenções e sinfonias foram publicadas em Cöthen em 1723.
Pequeno Livro de Ana Magdalena Bach ( Clavierbüchlein) é o nome pelo qual é conhecida uma obra que consiste de dois cadernos manuscritos que o compositor barroco alemão J.S.Bach presenteou à sua segunda esposa Ana Magdalena. Música para teclado ( minuetos,rondós,polonaises,corais,sonatas,etc...)compõe a maior parte de ambos os cadernos e umas poucas peças para voz (canções e árias) também são incluidas.
Os dois cadernos são conhecidos pelas datas de suas páginas de título, 1722 e 1725. O título Pequeno Livro de Ana Magdalena é usado geralmente para se referir ao último deles. A diferença primária entre as duas coleções é que o caderno de 1722 contém apenas composições de J.S.Bach ( incluindo a maioria das Suítes Francesas) , enquanto que o caderno de 1725 é uma compilação de músicas de Bach e outros compositores do período.
Ana Magdalena Bach foi a segunda esposa de Bach,nasceu em 1701 em Zeitz,na Saxônia e morreu em 1760. Nasceu numa família musical e trabalhou como cantora.
. CONCLUSÃO
J.S.Bach se reveste de muitos caracteres musicais e de expressão, construída com uma série de cânones e de fugas maravilhosamente variadas e reunidas com unidade, coerência e pré – determinação. J.S.Bach expressa todas as possibilidades artísticas e técnicas do gênero e da própria arte polifônica, esgotando também os recursos harmônicos e das variantes rítmicas, em um entrelaçamento contrapontístico de sólida concatenação.
sábado, 10 de julho de 2010
PARTITAS E SUÍTES DE JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750) por KATARINE DE SOUSA ARAÚJO
1. INTRODUÇÃO
Estudar o período barroco sem passar pelas obras de Bach praticamente não faz sentido, o período ficou marcado pelo forte uso de ornamentações mais elaboradas, e o surgimento da ópera. “Diz-se que Johann Sebastian Bach foi o maior compositor do barroco alemão (e um dos mais importantes da história da música), por ter esgotado todas as possibilidades da música barroca. Sua morte é considerada como o ponto final do Período Barroco.” (WIKIPEDIA).
Esse trabalho é de grande importância para a vida acadêmica de qualquer instrumentista, pois conseguimos compreender de uma forma detalhada cada tipo de obra de Bach, seus elaborados prelúdios e fugas, fuguetas, cantatas, partitas, suítes, dentre outros...
Acredita-se que, com esse trabalho, parte de um conjunto de outros sobre o mesmo compositor, possamos além de compreender as obras de Bach, conhecer um pouco mais sobre sua história, já que, a música de cada compositor reflete o seu período e tudo que se passa em sua época.
2.COMPOSITOR:
Bach já havia estabelecido sua reputação de virtuoso tecladista em 1723, quando foi apontado cantor da igreja de São Tomás e diretor de música em Lípsia. Era um compositor bem sucedido e muito hábil para improvisar no órgão, já havia provado também que podia compor para vários estilos, de altamente complexas fuças à peças galantes como as suítes.
As Partitas, BWV 825–830, são um conjunto de seis suítes para cravo publicadas entre 1726 e 1730, em Leipzig, sob o título da primeira parte dos trabalhos publicados durante a sua vida, e que se chamaram: Clavierübung. Elas foram as últimas das suas suites compostas para teclado as outras sendo, as Seis Suítes Inglesas, BWV 806-811 e as Seis Suítes Francesas, BWV 812-817. As partitas, que foram publicadas na primeira parte da publicação de quatro partes total do Clavierübung, durante a vida de Bach, são consideradas o sumo do exercício da técnica extrema da composição de Bach para o teclado. Era o outono de 1726, quando Bach finalmente publicou a primeira partita. Esta se seguiu com as: nº 2 e 3, em 1727, nº 4 em 1728, nº 5 e 6, em 1730. Em 1731 Bach juntou as seis e publicou mais uma vez como uma coletânea, pelo título de "Opus I". Ele poderia capitalizar mais ainda em trabalhos já preparados e publicados anteriormente e com o dinheiro dos ganhos durante as primeiras publicações investir em futuras produções.
Exatamente como as outras duas suítes prévias, as francesas e as inglesas, todas as "Seis Partitas" seguem o esquema básico da suíte: "allemande-courante-sarabanda e giga". Segue as estruturas de suas “Seis Partitas”:
Partita I Si bemol maior BWV 825
1. Praeludium c
2. Allemande c
3. Courante 3/4
4. Sarabande 3/4
5. Menuett I – II – I 3/4
6. Gigue c
Partita II Do menor BWV 826
1. Sinfonia: Grave Adagio c – Andante c – 3/4
2. Allemande ¢
3. Courante 3/2
4. Sarabande 3/4
5. Rondeau 3/8
6. Capriccio 2/4
Partita III La menor BWV 827
1. Fantasia 3/8
2. Allemande c
3. Courante 3/4
4. Sarabande 3/4
5. Burlesca 3/4
6. Scherzo 2/4
7. Gigue 12/8
Partita IV Ré maior BWV 828
1. Ouverture ¢ – 9/8
2. Allemande c
3. Courante 3/2
4. Aria 2/4
5. Sarabande 3/4
6. Menuett 3/4
7. Gigue 9/16
Partita V Sol maior BWV 829
1. Praeambulum 3/4
2. Allemande c
3. Courante 3/8
4. Sarabande 3/4
5. Tempo di Menuetto 3/4
6. Passepied 3/8
7. Gigue 6/8
Partita VI Mi menor BWV 830
1. Toccata ¢ – c
2. Allemande c
3. Courante 3/8
4. Air ¢
5. Sarabande 3/4
6. Tempo di Gavotta ¢
7. Gigue Ø (= 4/2)
Não se conhece a data exata da composição das Suítes Inglesas (BWV 806-811). No entanto, a diversidade encontrada nas seis suítes leva a crer que foram compostas em épocas diferentes. A origem do nome não é explicada por Bach, mas o musicólogo J. N. Forkel acredita que tenham sido dedicadas a um rico inglês. Já Karl Geiringer admite a hipótese de que Bach tenha sido influenciado por peças de Charles Dieupart, compositor francês cuja carreira se desenvolveu em Londres. Sua Giga em La Maior serviu de modelo para o Prelúdio da primeira Suíte Inglesa.
As Suítes Francesas (BWV 812-817), apresentam grande similaridade com as músicas francesas, ao contrário das suítes inglesas, que não apresentam características inglesas. Bach teria terminado essa coleção de seis suítes durante sua permanência em Cöthen, sendo que as cinco primeiras foram copiadas do Clavierbüchlein dedicado a Anna Magdalena. A origem do nome tanto pode se referir ao agrupamento de danças em esquema clássico, como à influência da música francesa durante a juventude de Bach. Todas são compostas de seis ou oito partes, de execução relativamente fácil, sendo a Suíte nº 1 de caráter arcaico, e a nº 6 a mais brilhante e mais célebre. Construídas com peças em forma binária com repetição, sendo as três primeiras em modo menor e as três últimas em modo Maior.
2.1. OBRA DO COMPOSITOR - TABELA :
NOME DA OBRA DATA E LOCAL DE COMPOSIÇÃO ASPECTOS GERAIS
Suíte Inglesa n° 1 em La Maior
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante 1/Courante 2 Avec Deux Doubles
4. Sarabande
5. Bourree 1/Bourree 2/Bourree 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 2 em La Menor
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande/Les Agrements De La Meme Sarabande
5. Bourree 1 Alternativement/Bourree 2/Bourree 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 3 em Sol Menor
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande/Les Agrements De La Meme Sarabande
5. Gavotte 1 Alternativement/Gavotte 2 Et la Musette/ Gavotte 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 4 em Fa Maior
data desconhecida 1. Prelude (Vitement)
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Menuet 1/Menuet 2/Menuet 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 5 em Mi Menor
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Passepied 1 En Rondeau/Passepied 2/Passepied 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 6 em Re Menor
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande/Double
5. Gavotte 1/Gavotte 2/Gavotte 1
6. Gigue
Suíte Francesa n° 1 em Ré Menor
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Menuett I
5. Menuett II
6. Gigue
Suíte Francesa n° 2 em Dó Menor durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Air
5. Menuett
6. Gigue
Suíte Francesa n° 3 em Si Menor
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Menuett - Trio
5. Anglaise
6. Gigue
Suíte Francesa n° 4 em Mi bemol Maior
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Menuett, BWV 815a
5. Gavotte
6. Air
7. Gigue
Suíte Francesa n° 5 em Sol Maior
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Gavotte
5. Bourée
6. Loure
7. Gigue
Suíte Francesa n° 6 em Mi Maior
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Gavotte
5. Polonaise
6. Menuett
7. Bourée
8. Gigue
Partita I Si bemol maior BWV 825
1726 1. Praeludium
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Menuett I – II – I
6. Gigue
Partita II Do menor BWV 826
1727 1. Sinfonia: Grave Adagio – Andante
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Rondeau
6. Capriccio
Partita III La menor BWV 827
1727 1. Fantasia
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Burlesca
6. Scherzo
7. Gigue
Partita IV Ré maior BWV 828
1728 1. Ouverture
2. Allemande
3. Courante
4. Aria
5. Sarabande
6. Menuett
7. Gigue
Partita V Sol maior BWV 829
1730 1. Praeambulum
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Tempo di Menuetto
6. Passepied
7. Gigue
Partita VI Mi menor BWV 830
1730 1. Toccata
2. Allemande
3. Courante
4. Air
5. Sarabande
6. Tempo di Gavotta
7. Gigue
CONCLUSÃO
Concluo que, as obras de Bach tiveram bastante importância para a história da música, e à teoria musical, no que se diz respeito às tonalidades assim firmadas neste período. Conhecer as obras de Bach fez com que pudéssemos expandir nosso repertório e o nosso entendimento sobre a música barroca.
Acredito que tenha sido muito prazeroso e de total aproveitamento todas as atividades realizadas nesse semestre, é fundamental o conhecimento de todas as particularidades do barroco que, em cada região do mundo teve uma reação única.
Espero que a disciplina possa nos enriquecer mais com tais conhecimentos que antes desconhecia e agora fazem total diferença.
REFERÊNCIAS:
WIKIPÉDIA- Música Barroca, Partitas, Suítes Inglesas e Francesas. (www.wikipedia.com)
TRANCHEFORT, François-René (dir.) Guide de la musique de piano et clavecin. Paris : Librarie Arthème Fayard, 1987.
Estudar o período barroco sem passar pelas obras de Bach praticamente não faz sentido, o período ficou marcado pelo forte uso de ornamentações mais elaboradas, e o surgimento da ópera. “Diz-se que Johann Sebastian Bach foi o maior compositor do barroco alemão (e um dos mais importantes da história da música), por ter esgotado todas as possibilidades da música barroca. Sua morte é considerada como o ponto final do Período Barroco.” (WIKIPEDIA).
Esse trabalho é de grande importância para a vida acadêmica de qualquer instrumentista, pois conseguimos compreender de uma forma detalhada cada tipo de obra de Bach, seus elaborados prelúdios e fugas, fuguetas, cantatas, partitas, suítes, dentre outros...
Acredita-se que, com esse trabalho, parte de um conjunto de outros sobre o mesmo compositor, possamos além de compreender as obras de Bach, conhecer um pouco mais sobre sua história, já que, a música de cada compositor reflete o seu período e tudo que se passa em sua época.
2.COMPOSITOR:
Bach já havia estabelecido sua reputação de virtuoso tecladista em 1723, quando foi apontado cantor da igreja de São Tomás e diretor de música em Lípsia. Era um compositor bem sucedido e muito hábil para improvisar no órgão, já havia provado também que podia compor para vários estilos, de altamente complexas fuças à peças galantes como as suítes.
As Partitas, BWV 825–830, são um conjunto de seis suítes para cravo publicadas entre 1726 e 1730, em Leipzig, sob o título da primeira parte dos trabalhos publicados durante a sua vida, e que se chamaram: Clavierübung. Elas foram as últimas das suas suites compostas para teclado as outras sendo, as Seis Suítes Inglesas, BWV 806-811 e as Seis Suítes Francesas, BWV 812-817. As partitas, que foram publicadas na primeira parte da publicação de quatro partes total do Clavierübung, durante a vida de Bach, são consideradas o sumo do exercício da técnica extrema da composição de Bach para o teclado. Era o outono de 1726, quando Bach finalmente publicou a primeira partita. Esta se seguiu com as: nº 2 e 3, em 1727, nº 4 em 1728, nº 5 e 6, em 1730. Em 1731 Bach juntou as seis e publicou mais uma vez como uma coletânea, pelo título de "Opus I". Ele poderia capitalizar mais ainda em trabalhos já preparados e publicados anteriormente e com o dinheiro dos ganhos durante as primeiras publicações investir em futuras produções.
Exatamente como as outras duas suítes prévias, as francesas e as inglesas, todas as "Seis Partitas" seguem o esquema básico da suíte: "allemande-courante-sarabanda e giga". Segue as estruturas de suas “Seis Partitas”:
Partita I Si bemol maior BWV 825
1. Praeludium c
2. Allemande c
3. Courante 3/4
4. Sarabande 3/4
5. Menuett I – II – I 3/4
6. Gigue c
Partita II Do menor BWV 826
1. Sinfonia: Grave Adagio c – Andante c – 3/4
2. Allemande ¢
3. Courante 3/2
4. Sarabande 3/4
5. Rondeau 3/8
6. Capriccio 2/4
Partita III La menor BWV 827
1. Fantasia 3/8
2. Allemande c
3. Courante 3/4
4. Sarabande 3/4
5. Burlesca 3/4
6. Scherzo 2/4
7. Gigue 12/8
Partita IV Ré maior BWV 828
1. Ouverture ¢ – 9/8
2. Allemande c
3. Courante 3/2
4. Aria 2/4
5. Sarabande 3/4
6. Menuett 3/4
7. Gigue 9/16
Partita V Sol maior BWV 829
1. Praeambulum 3/4
2. Allemande c
3. Courante 3/8
4. Sarabande 3/4
5. Tempo di Menuetto 3/4
6. Passepied 3/8
7. Gigue 6/8
Partita VI Mi menor BWV 830
1. Toccata ¢ – c
2. Allemande c
3. Courante 3/8
4. Air ¢
5. Sarabande 3/4
6. Tempo di Gavotta ¢
7. Gigue Ø (= 4/2)
Não se conhece a data exata da composição das Suítes Inglesas (BWV 806-811). No entanto, a diversidade encontrada nas seis suítes leva a crer que foram compostas em épocas diferentes. A origem do nome não é explicada por Bach, mas o musicólogo J. N. Forkel acredita que tenham sido dedicadas a um rico inglês. Já Karl Geiringer admite a hipótese de que Bach tenha sido influenciado por peças de Charles Dieupart, compositor francês cuja carreira se desenvolveu em Londres. Sua Giga em La Maior serviu de modelo para o Prelúdio da primeira Suíte Inglesa.
As Suítes Francesas (BWV 812-817), apresentam grande similaridade com as músicas francesas, ao contrário das suítes inglesas, que não apresentam características inglesas. Bach teria terminado essa coleção de seis suítes durante sua permanência em Cöthen, sendo que as cinco primeiras foram copiadas do Clavierbüchlein dedicado a Anna Magdalena. A origem do nome tanto pode se referir ao agrupamento de danças em esquema clássico, como à influência da música francesa durante a juventude de Bach. Todas são compostas de seis ou oito partes, de execução relativamente fácil, sendo a Suíte nº 1 de caráter arcaico, e a nº 6 a mais brilhante e mais célebre. Construídas com peças em forma binária com repetição, sendo as três primeiras em modo menor e as três últimas em modo Maior.
2.1. OBRA DO COMPOSITOR - TABELA :
NOME DA OBRA DATA E LOCAL DE COMPOSIÇÃO ASPECTOS GERAIS
Suíte Inglesa n° 1 em La Maior
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante 1/Courante 2 Avec Deux Doubles
4. Sarabande
5. Bourree 1/Bourree 2/Bourree 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 2 em La Menor
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande/Les Agrements De La Meme Sarabande
5. Bourree 1 Alternativement/Bourree 2/Bourree 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 3 em Sol Menor
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande/Les Agrements De La Meme Sarabande
5. Gavotte 1 Alternativement/Gavotte 2 Et la Musette/ Gavotte 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 4 em Fa Maior
data desconhecida 1. Prelude (Vitement)
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Menuet 1/Menuet 2/Menuet 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 5 em Mi Menor
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Passepied 1 En Rondeau/Passepied 2/Passepied 1
6. Gigue
Suíte Inglesa n° 6 em Re Menor
data desconhecida 1. Prelude
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande/Double
5. Gavotte 1/Gavotte 2/Gavotte 1
6. Gigue
Suíte Francesa n° 1 em Ré Menor
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Menuett I
5. Menuett II
6. Gigue
Suíte Francesa n° 2 em Dó Menor durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Air
5. Menuett
6. Gigue
Suíte Francesa n° 3 em Si Menor
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Menuett - Trio
5. Anglaise
6. Gigue
Suíte Francesa n° 4 em Mi bemol Maior
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Menuett, BWV 815a
5. Gavotte
6. Air
7. Gigue
Suíte Francesa n° 5 em Sol Maior
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Gavotte
5. Bourée
6. Loure
7. Gigue
Suíte Francesa n° 6 em Mi Maior
durante sua permanência em Cöthen 1. Allemande
2. Courante
3. Sarabande
4. Gavotte
5. Polonaise
6. Menuett
7. Bourée
8. Gigue
Partita I Si bemol maior BWV 825
1726 1. Praeludium
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Menuett I – II – I
6. Gigue
Partita II Do menor BWV 826
1727 1. Sinfonia: Grave Adagio – Andante
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Rondeau
6. Capriccio
Partita III La menor BWV 827
1727 1. Fantasia
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Burlesca
6. Scherzo
7. Gigue
Partita IV Ré maior BWV 828
1728 1. Ouverture
2. Allemande
3. Courante
4. Aria
5. Sarabande
6. Menuett
7. Gigue
Partita V Sol maior BWV 829
1730 1. Praeambulum
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Tempo di Menuetto
6. Passepied
7. Gigue
Partita VI Mi menor BWV 830
1730 1. Toccata
2. Allemande
3. Courante
4. Air
5. Sarabande
6. Tempo di Gavotta
7. Gigue
CONCLUSÃO
Concluo que, as obras de Bach tiveram bastante importância para a história da música, e à teoria musical, no que se diz respeito às tonalidades assim firmadas neste período. Conhecer as obras de Bach fez com que pudéssemos expandir nosso repertório e o nosso entendimento sobre a música barroca.
Acredito que tenha sido muito prazeroso e de total aproveitamento todas as atividades realizadas nesse semestre, é fundamental o conhecimento de todas as particularidades do barroco que, em cada região do mundo teve uma reação única.
Espero que a disciplina possa nos enriquecer mais com tais conhecimentos que antes desconhecia e agora fazem total diferença.
REFERÊNCIAS:
WIKIPÉDIA- Música Barroca, Partitas, Suítes Inglesas e Francesas. (www.wikipedia.com)
TRANCHEFORT, François-René (dir.) Guide de la musique de piano et clavecin. Paris : Librarie Arthème Fayard, 1987.
Tocatas, Variações, Caprichos, Fantasias, e Fantasia e Fugas de Johann Sebastian Bach por Jonathan Taylor de Oliveira
Literatura e Repertório do Piano III
Profa. Gyovana Carneiro
Jonathan Taylor de Oliveira
Tocatas, Variações, Caprichos, Fantasias, e Fantasia e Fugas de
Johann Sebastian Bach
Como o título fala, para mim ficou a tarefa de falar sobre as Tocatas, Variações, Caprichos, Fantasias, e Fantasia e Fuga. Antes de começar a falar separadamente sobre cada categoria, eu gostaria de falar brevemente sobre como estes generos composicionais eram utilizados pouco antes e durante a época de Bach.
No séc. XVII a escrita instrumental começou a ganhar força e os compositores começaram a querer compor para uma formação vocal ou instrumental específica, deixando de lado o costume de fazer música que pordria ser realizada por diversas formações. O rítmo poderia ser tratado de duas maneiras diferentes: com métrica regular (separados por barras de compasso a intervalos regulares a partir de 1650); ou de maneira livre, sem métrica específica. Este último tratamento era dado a peças de carater recitativo ou improvisatório, como a tocata, fantasia, e prelúdio da época.
O contraponto continua sendo a base para a composição no séc. XVII, mas ao contrário do período anterior, em que as vozes eram tratadas como independentes umas das outras, no Barroco as vozes eram interdependentes, devendo encaixar-se em acordes enquanto faziam suas próprias melodias. O tratado de Harmonia de Rameau consolidou o sistema tonal que já estava em utilização.
Apesar das tentativas de padronizar e definir as formas musicais, estas ainda estavam confusas, tendo ainda várias o mesmo significado. Por exemplo, peças que realizavam variações poderiam ser chamadas partita, passacaglia, chacone, partita coral e prelúdio coral, enquanto peças de estilo improvisatório poderiam ser chamadas tocata, fantasia ou prelúdio.
Capricho – peça geralmente viva, de estrutura “solta”, frequentemente de caráter humorístico. No séc. XVI o termo era utilizado para designar canzonas, fantasias, ricercari, etc., frequentemente seguindo o modelo da polifonia imitativa vocal. No Barroco, comopositores desde Frescobaldi a J. S. Bach escreveram caprichos para instrumento de teclado com características fugais e improvisatórias.1
Fantasia – De proporções maiores do que as do Ricercare, em que o tema era desenvolvido em imitação, e de organização formal mais complexa. Desenvolvido sobre um ou mais temas de caráter legato. Desde os primeiros anos do séc. XVII era chamado de Fuga na Alemanha.
Variações – Forma composicional utilizada desde o Renascimento para instrumentos de teclas. Era muitas vezes designado no séc. XVII como partita. A melodia poderia ser repetida com poucas ou nenhma alteração em diversas vozes em contraponto. A estrutura harmônica, não a melodia, era o fator constante. Tais obras eram geralmente baseadas em melodias corais. No séc. XVIII era geralmente construída sobre uma ária, dança, coral, etc.
Tocata – As tocatas e os prelúdios se tornaram obras de maiores proporções na segunda metade do séc. XVII, simulando uma longa improvisação. Funcionava frequentemente como uma peça para a exibição da virtuosidade nas teclas e nas pedaleiras, característica de Bach como instrumentista. Era incorporada à tocata, peça de caráter improvisatório, uma seção contrapontística. Com o tempo, a seção contrapontística ganhou seu próprio lugar como peça separada, surgindo assim a Tocata e Fuga.
Passemos neste momento para uma exploração dos gêneros supracitados na obra de J. S. Bach. A ordem de abordagem dos gêneros não será cronológica, mas aleatória.
Caprichos – Como foi dito anteriormente, Bach utilizou características fugais e impeovisatórias ao compor para este gênero. Encontramos apenas dois caprichos. O primeiro (BWV 992), escrito para a ocasião da morte de um de seus irmãos, é também sua primeira composição datada para instrumento de teclado. É o único experimento de Bach no campo da música programática. Foi escrita aos dezenove anos de idade.
Audição: Capricho BWV 992 Sviatoslav Richter
Caprichos BWV Data de Composição Observações
Capricho sobre a morte de seu irmão. Bb 992 1703-1704 ou 1706 É a primeira obra datada para teclado. Faz referência às “buzinas” de um cocheiro.
Capricho em E 993 1704
Fantasia – Como a Tocata e o Prelúdio, apresenta caráter improvisatório, e é geralmente utilizada como introdução de uma Fuga. Como pode ser observado na tabela, Bach compôs tanto Fantasias quanto Fantasia e Fugas para o orgão e para teclado. Sendo peça de caráter improvisatório, é utilizada precedendo uma fuga além de sozinha.
Sobre a Fantasia cromática, temos que esta peça se assemelha à Fantasia em Gm e à Tocata em Dm. Apesar de não apresentar grandes dificuldades técnicas, exige grande maturidade interpretativa por parte do instrumentista.
A Fantasia e Fuga em Am (BWV 904) lembra uma peça para orgão em termos de estilo. A fuga tem dois temas.
A Fantasia e Fuga em Cm (BWV 906) apresenta características da música italiana.
Audição: -Fantasia Cromática BWV 903 (Tem Partitura) Joseph Stephens
-Fantasia e Fuga em Am BWV 904 (Tem Partitura) G. Leonhardt
-Fantasia e Fuga em Cm BWV 906 (Tem Partitura) Tatiana Nikolayeva
Fantasia / Fantasia e Fuga BWV Data de Composição Observações
Fantasia e Fuga em Cm 537 Weimar, 1708-17 Orgão
Fantasia e Fuga em Gm 542 Fuga: Weimar, 1708-17 Fantasia: Cöthen, 1717-23 Orgão
Fantasia e Fuga em Cm 562 Fantasia: Weimar, 1708-17 Fuga: Leipzig, 1745 Orgão
Fantasia e Fuga em Am 561 Orgão
Fantasia em Bm 563 Antes de 1707 Orgão
Fantasia em C 570 Antes de 1707 Orgão
Fantasia em G 571 Orgão
Fantasia em G 572 Antes de 1708 Orgão
Fantasia em C 573 Cöthen , 1722 Orgão
Fantasia super Komm, Heiliger Geist 651 Orgão
Fantasia super Christ lag in Todes Banden 695 Weimar, 1708-17 Orgão
Fantasia super Jesu, meine Freude 713 Weimar, 1708-17 Orgão
Fantasia super Valet will ich dir geben 735 Weimar, 1708-17 Orgão
Fantasia e Fuga Cromática em Dm 903 Cöthen, 1720 Teclado
Fantasia e Fuga em Am 904 Leipzig, 1725 Teclado
Fantasia e Fuga em Dm 905 Teclado
Fantasia e Fuga em Cm 906 Leipzig, 1738 Teclado
Fantasia e Fuga em Bb 907 Teclado
Fantasia e Fuga em D 908 Teclado
Fantasia em Gm 917 Teclado
Fantasia sobre um rondó, em Cm 918 Teclado
Fantasia em Cm 919 Teclado
Fantasia em Gm 920 Teclado
Variações – As variações são geralmente construidas sobre uma peça para canto, como é o caso da Ária e 30 Variações (Variações Goldberg). As Variações Goldberg, apesar de apresentarem dificuldades técnicas para o instrumentista em algumas variações, é em geral mais fácil do que o Cravo Bem Temperado. A dificuldade é mais interpretativa do que técnica.
Audição: Variações Goldberg (DVD) Glenn Gould.
Ária e 30 Variações (Variações Goldberg) 988 Nuremberg, 1741-2 Harpiscordio com dois teclados.
Tocata – A Tocata, como a Fantasia e o Prelúdio, tem caráter improvisatório, podendo ser utilizado tanto sozinho como antes de uma Fuga. Bach escreveu sete Tocatas para Teclado e quatro Tocata e Fugas para o Orgão.
Audição:
BWV 914
BWV 915
BWV 916 Glenn Gould
Toccata, Adagio e Fuga BWV 564 em C (Orgão)
Tocata e Fuga BWV 565
Tocata e Fuga em Dm 538 Weimar 1708-17 Orgão
Tocata e Fuga em F 540 Weimar 1708-17 Orgão
Tocata, Adagio e Fuga em C 564 Weimar 1708-17 Orgão
Tocata e Fuga em Dm 565 Antes de Weimar, 1708 Orgão
Tocata em F#m 910 1717 Teclado
Tocata em Em 911 1717 Teclado
Tocata em D 912 Weimar, 1710 Teclado
Tocata em Dm 913 Antes de 1708 Teclado
Tocata em Em 914 Antes de 1708 Teclado
Tocata em Gm 915 Antes de 1708 Teclado
Tocata em G 916 Weimar, 1719 Teclado
Assim concluimos os trabalhos sobre a obra para teclado de J. S, Bach. Percebemos durante esse período de estudos que Bach contribui em muito para o desenvolvimento do Piano e de sua técnica em:
•Desenvolvimento da afinação temperada
•Desenvolvimento do dedilhado na utilização do polegar
•Desenvolvimento da Fuga
•Peças didáticas
•Peças de Concerto
Profa. Gyovana Carneiro
Jonathan Taylor de Oliveira
Tocatas, Variações, Caprichos, Fantasias, e Fantasia e Fugas de
Johann Sebastian Bach
Como o título fala, para mim ficou a tarefa de falar sobre as Tocatas, Variações, Caprichos, Fantasias, e Fantasia e Fuga. Antes de começar a falar separadamente sobre cada categoria, eu gostaria de falar brevemente sobre como estes generos composicionais eram utilizados pouco antes e durante a época de Bach.
No séc. XVII a escrita instrumental começou a ganhar força e os compositores começaram a querer compor para uma formação vocal ou instrumental específica, deixando de lado o costume de fazer música que pordria ser realizada por diversas formações. O rítmo poderia ser tratado de duas maneiras diferentes: com métrica regular (separados por barras de compasso a intervalos regulares a partir de 1650); ou de maneira livre, sem métrica específica. Este último tratamento era dado a peças de carater recitativo ou improvisatório, como a tocata, fantasia, e prelúdio da época.
O contraponto continua sendo a base para a composição no séc. XVII, mas ao contrário do período anterior, em que as vozes eram tratadas como independentes umas das outras, no Barroco as vozes eram interdependentes, devendo encaixar-se em acordes enquanto faziam suas próprias melodias. O tratado de Harmonia de Rameau consolidou o sistema tonal que já estava em utilização.
Apesar das tentativas de padronizar e definir as formas musicais, estas ainda estavam confusas, tendo ainda várias o mesmo significado. Por exemplo, peças que realizavam variações poderiam ser chamadas partita, passacaglia, chacone, partita coral e prelúdio coral, enquanto peças de estilo improvisatório poderiam ser chamadas tocata, fantasia ou prelúdio.
Capricho – peça geralmente viva, de estrutura “solta”, frequentemente de caráter humorístico. No séc. XVI o termo era utilizado para designar canzonas, fantasias, ricercari, etc., frequentemente seguindo o modelo da polifonia imitativa vocal. No Barroco, comopositores desde Frescobaldi a J. S. Bach escreveram caprichos para instrumento de teclado com características fugais e improvisatórias.1
Fantasia – De proporções maiores do que as do Ricercare, em que o tema era desenvolvido em imitação, e de organização formal mais complexa. Desenvolvido sobre um ou mais temas de caráter legato. Desde os primeiros anos do séc. XVII era chamado de Fuga na Alemanha.
Variações – Forma composicional utilizada desde o Renascimento para instrumentos de teclas. Era muitas vezes designado no séc. XVII como partita. A melodia poderia ser repetida com poucas ou nenhma alteração em diversas vozes em contraponto. A estrutura harmônica, não a melodia, era o fator constante. Tais obras eram geralmente baseadas em melodias corais. No séc. XVIII era geralmente construída sobre uma ária, dança, coral, etc.
Tocata – As tocatas e os prelúdios se tornaram obras de maiores proporções na segunda metade do séc. XVII, simulando uma longa improvisação. Funcionava frequentemente como uma peça para a exibição da virtuosidade nas teclas e nas pedaleiras, característica de Bach como instrumentista. Era incorporada à tocata, peça de caráter improvisatório, uma seção contrapontística. Com o tempo, a seção contrapontística ganhou seu próprio lugar como peça separada, surgindo assim a Tocata e Fuga.
Passemos neste momento para uma exploração dos gêneros supracitados na obra de J. S. Bach. A ordem de abordagem dos gêneros não será cronológica, mas aleatória.
Caprichos – Como foi dito anteriormente, Bach utilizou características fugais e impeovisatórias ao compor para este gênero. Encontramos apenas dois caprichos. O primeiro (BWV 992), escrito para a ocasião da morte de um de seus irmãos, é também sua primeira composição datada para instrumento de teclado. É o único experimento de Bach no campo da música programática. Foi escrita aos dezenove anos de idade.
Audição: Capricho BWV 992 Sviatoslav Richter
Caprichos BWV Data de Composição Observações
Capricho sobre a morte de seu irmão. Bb 992 1703-1704 ou 1706 É a primeira obra datada para teclado. Faz referência às “buzinas” de um cocheiro.
Capricho em E 993 1704
Fantasia – Como a Tocata e o Prelúdio, apresenta caráter improvisatório, e é geralmente utilizada como introdução de uma Fuga. Como pode ser observado na tabela, Bach compôs tanto Fantasias quanto Fantasia e Fugas para o orgão e para teclado. Sendo peça de caráter improvisatório, é utilizada precedendo uma fuga além de sozinha.
Sobre a Fantasia cromática, temos que esta peça se assemelha à Fantasia em Gm e à Tocata em Dm. Apesar de não apresentar grandes dificuldades técnicas, exige grande maturidade interpretativa por parte do instrumentista.
A Fantasia e Fuga em Am (BWV 904) lembra uma peça para orgão em termos de estilo. A fuga tem dois temas.
A Fantasia e Fuga em Cm (BWV 906) apresenta características da música italiana.
Audição: -Fantasia Cromática BWV 903 (Tem Partitura) Joseph Stephens
-Fantasia e Fuga em Am BWV 904 (Tem Partitura) G. Leonhardt
-Fantasia e Fuga em Cm BWV 906 (Tem Partitura) Tatiana Nikolayeva
Fantasia / Fantasia e Fuga BWV Data de Composição Observações
Fantasia e Fuga em Cm 537 Weimar, 1708-17 Orgão
Fantasia e Fuga em Gm 542 Fuga: Weimar, 1708-17 Fantasia: Cöthen, 1717-23 Orgão
Fantasia e Fuga em Cm 562 Fantasia: Weimar, 1708-17 Fuga: Leipzig, 1745 Orgão
Fantasia e Fuga em Am 561 Orgão
Fantasia em Bm 563 Antes de 1707 Orgão
Fantasia em C 570 Antes de 1707 Orgão
Fantasia em G 571 Orgão
Fantasia em G 572 Antes de 1708 Orgão
Fantasia em C 573 Cöthen , 1722 Orgão
Fantasia super Komm, Heiliger Geist 651 Orgão
Fantasia super Christ lag in Todes Banden 695 Weimar, 1708-17 Orgão
Fantasia super Jesu, meine Freude 713 Weimar, 1708-17 Orgão
Fantasia super Valet will ich dir geben 735 Weimar, 1708-17 Orgão
Fantasia e Fuga Cromática em Dm 903 Cöthen, 1720 Teclado
Fantasia e Fuga em Am 904 Leipzig, 1725 Teclado
Fantasia e Fuga em Dm 905 Teclado
Fantasia e Fuga em Cm 906 Leipzig, 1738 Teclado
Fantasia e Fuga em Bb 907 Teclado
Fantasia e Fuga em D 908 Teclado
Fantasia em Gm 917 Teclado
Fantasia sobre um rondó, em Cm 918 Teclado
Fantasia em Cm 919 Teclado
Fantasia em Gm 920 Teclado
Variações – As variações são geralmente construidas sobre uma peça para canto, como é o caso da Ária e 30 Variações (Variações Goldberg). As Variações Goldberg, apesar de apresentarem dificuldades técnicas para o instrumentista em algumas variações, é em geral mais fácil do que o Cravo Bem Temperado. A dificuldade é mais interpretativa do que técnica.
Audição: Variações Goldberg (DVD) Glenn Gould.
Ária e 30 Variações (Variações Goldberg) 988 Nuremberg, 1741-2 Harpiscordio com dois teclados.
Tocata – A Tocata, como a Fantasia e o Prelúdio, tem caráter improvisatório, podendo ser utilizado tanto sozinho como antes de uma Fuga. Bach escreveu sete Tocatas para Teclado e quatro Tocata e Fugas para o Orgão.
Audição:
BWV 914
BWV 915
BWV 916 Glenn Gould
Toccata, Adagio e Fuga BWV 564 em C (Orgão)
Tocata e Fuga BWV 565
Tocata e Fuga em Dm 538 Weimar 1708-17 Orgão
Tocata e Fuga em F 540 Weimar 1708-17 Orgão
Tocata, Adagio e Fuga em C 564 Weimar 1708-17 Orgão
Tocata e Fuga em Dm 565 Antes de Weimar, 1708 Orgão
Tocata em F#m 910 1717 Teclado
Tocata em Em 911 1717 Teclado
Tocata em D 912 Weimar, 1710 Teclado
Tocata em Dm 913 Antes de 1708 Teclado
Tocata em Em 914 Antes de 1708 Teclado
Tocata em Gm 915 Antes de 1708 Teclado
Tocata em G 916 Weimar, 1719 Teclado
Assim concluimos os trabalhos sobre a obra para teclado de J. S, Bach. Percebemos durante esse período de estudos que Bach contribui em muito para o desenvolvimento do Piano e de sua técnica em:
•Desenvolvimento da afinação temperada
•Desenvolvimento do dedilhado na utilização do polegar
•Desenvolvimento da Fuga
•Peças didáticas
•Peças de Concerto
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